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Mulheres guerreiras nos quilombos

Mulheres guerreiras

A documentação histórica apresenta poucas informações sobre a estrutura interna dos quilombos. A maior parte dos registros são de denúncias ou de relatos de expedições que visavam a destruição desses agrupamentos. Quase nada existe de testemunhos dos próprios quilombolas.

Há um silêncio ainda maior sobre as mulheres quilombolas nessas fontes. Entretanto, em alguns grandes quilombos aparecem pistas sobre as lideranças femininas. Há indicações de mulheres que exerceram influência no grande quilombo de Palmares, em Alagoas, especialmente a lendária Dandara, companheira de Zumbi. Os relatos descrevem Dandara como heroína que jogava capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres na defesa de Palmares. Não se sabe se Dandara teria nascido na colônia ou no continente africano, mas teria se juntado ao grupo ainda menina.

Encontram-se ainda alguns escritos sobre uma rainha, de nome Tereza de Benguela, que teria liderado o quilombo de Quariterê (atual Mato Grosso). Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído e a população morta ou aprisionada.

Do pouco que se sabe, pode-se supor que nas inúmeras comunidades quilombolas a participação das mulheres foi fundamental, tanto na organização, manutenção, abastecimento e defesa quanto na preservação dos valores culturais e religiosos.

Tancredo Professor . 2024
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