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Inconfidência Mineira

O historiador inglês Kenneth Maxwell ("brasilianista") escreveu um importante trabalho sobra a Inconfidência Mineira. Em um trecho de sua obra ele afirma:

"Por que o modesto Tiradentes iria ser transformado em bode expiatório?... Tiradentes não pertencia à plutocracia mineira que todos os demais integravam. Tinha tentado ingressar nela com afinco, mas fracassara sempre. Não era influente, não tinha importantes ligações da família, era um solteirão que passara a maior parte da vida à sombra de protetores mais ricos e bem-sucedidos. Ao contrário de Cláudio Manoel da Costa e Alvarenga Peixoto, não tinha fama que ultrapassasse as fronteiras do Brasil...

Branco, ambicioso, sem propriedades, ele era produto típico da América portuguesa em busca de mobilidade vertical na estrutura social sem demonstrar especial preocupação quanto ao modo de consegui-la... Tiradentes era alguém com todas as características e ressentimentos de um revolucionário. Além do mais, ele se apresentava para o martírio ao proclamar sua responsabilidade exclusiva pela Inconfidência... Um julgamento-exibição, seguido pela execução pública de Silva Xavier, proporcionaria o impacto máximo, como advertência, ao mesmo tempo que minimizaria e ridicularizaria os objetivos do movimento. Tiradentes seria um perfeito exemplo para outros colonos descontentes e tentados a pedir demais antes do tempo".

(Kenneth Maxwell, A devassa da Devassa). 

Tancredo Professor . 2024
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